terça-feira, 11 de maio de 2010

O poeta trouxe-me o sol...

Paul Verlaine - França [1844 - 1896]
"Se esses ontens fossem devorar os nossos amanhãs?"
[Inspirada em "O Amor no Chão" do Poeta que cantava dos telhados]
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Não me debruço mais em vão
sobre teus versos vãos
labirintos onde cospes veleidades
venenos, fel, transmutados em mel
Vulgaridades
E em sendo vulgar
sobrevives em poças d'água
lama
donde se deduz e se confirma
que nada do que dizes me amofina
e foi tão somente crua rima
correntes tuas não me prenderão
Saiba e aprenda com isso
sorrio com a novíssima
Liberdade
voarei na amplitude solar
com asas de um moderno Ícaro
deixando-te em velha oficina
em consertos de motores e engenhos
emissores e receptores em ruídos
desusados, sujos na graxa
da tua rude ironia
e só prossigo por ter
esse
Sol a me guiar...
"LAMA NAS RUAS" [Guineto/Pagodinho]
Zeca, Verlaine iria te aplaudir! Conexões metafísicas unem os poetas...
Letra: "Deixa/Desaguar tempestade/Inundar a cidade/Porque arde um sol dentro de nós/Queixas/Sabes bem que não temos/E seremos serenos/Sentiremos prazer no tom da nossa voz/Veja/O olhar de quem ama/ Não reflete um drama não/É a expressão mais sincera sim/Vem pra provar que o amor quando é puro/Desperta e alerta o mortal/Aí é que o bem vence o mal/Deixa a chuva cair que o bom tempo há de vir/Quando o amor decidir mudar o visual/Trazendo a paz no sol/Que importa se o tempo lá fora vai mal/Que importa/Se há/Tanta lama nas ruas/E o céu/E o céu/É deserto e sem brilho de luar/Se o clarão da luz/Do teu olhar vem me guiar/Conduz meus passos/Por onde quer que eu vá...se há..."
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